Físicos e engenheiros tentam explicar gols de Roberto Carlos
É um lance muito conhecido, tão espetacular quanto intrigante. Brasil x França, 3 de junho de 1997, em Lyon. Roberto Carlos ajeita a bola no meio de campo, distante 35 metros do gol de Barthez. Quatro jogadores formam a barreira, protegendo o lado esquerdo do goleiro. A bola passa a mais de 100 quilômetros por hora pelo lado de fora da barreira, na direção da linha de fundo, faz uma curva grande e entra no gol. Barthez nem mexe.
Em 21 de fevereiro de 1998, em jogo do Real Madrid contra o Tenerife, Roberto Carlos repetiu a façanha, mas com um grau de dificuldade ainda maior, já que a bola estava em movimento. O lateral foi lançado e, a poucos centímetros da linha de fundo, chutou de pé esquerdo em direção ao gol, produzindo uma curva inacreditável.
Segundo físicos e engenheiros entrevistados a respeito, Roberto Carlos aproveitou, ainda que de forma intuitiva, das forças da aerodinâmica em ambos os chutes. “Foi espetacular, mas não impossível”, diz Ken Bray, engenheiro do esporte, que estudou os dois gols no laboratório de uma universidade inglesa. A análise científica dos lances do jogador brasileiro é uma das principais atrações do documentário “A Ciência do Gol”, que o Discovery Channel exibe neste domingo, 16 de maio, às 21h.